SIMERO, representando os médicos de Rondônia, cobra justiça salarial em sessão na ALE-RO: “PCCR foi mortal para os médicos”, afirma presidente
Porto Velho, 1º de abril de 2025 — O Sindicato Médico de Rondônia (SIMERO) participou nesta terça-feira (1) de uma importante sessão da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO), reforçando a reivindicação da inclusão justa da classe médica no Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos trabalhadores da saúde do Estado. O encontro contou com a presença dos deputados Luís do Hospital (MDB), Dra. Taíssa (PODEMOS), Delegado Camargo (REPUBLICANOS), além da participação online da deputada Cláudia de Jesus (PT). Também estiveram presentes o secretário de Estado da Saúde, Jefferson Rocha, representantes da Procuradoria Geral do Estado, da Secretaria de Planejamento e lideranças de diversas categorias da saúde pública.
O presidente do SIMERO, Dr. Luis Eduardo Maiorquin, destacou que o atual PCCR, em vigor, excluiu a lei do plantão extra, que por muitos anos ajudava os médicos a complementarem suas escalas e garantirem o atendimento à população. A retirada desse instrumento legal resultou em prejuízos diretos à classe médica, além de ter sido substituído por um modelo de hora extra que não se aplica à realidade de plantões contínuos, típicos da atividade médica.
“A classe médica nunca quis se separar da saúde. Não é nosso interesse. O problema é que esse PCCR, do jeito que foi feito, foi mortal para os médicos”, declarou o presidente durante sua fala na tribuna da ALE-RO.
O atual PCCR, segundo o SIMERO, concedeu reajustes entre 100% e 128% a diversas categorias da saúde, enquanto os médicos obtiveram apenas 8% de aumento, considerado insatisfatório e desproporcional, especialmente diante da complexidade e da carga de trabalho da profissão. Além disso, os médicos passaram a ter um aumento na quantidade de plantões mensais, o que intensifica ainda mais a sobrecarga dos profissionais sem a devida valorização financeira.
“O plantão extra com a mudança para o PCCR teve uma redução expressiva de valores devido à mudança da lei”, explicou o presidente do SIMERO.
Outro ponto crítico destacado foi a dificuldade da Secretaria de Estado da Saúde (SESAU) em contratar médicos especialistas. Com remuneração baixa e perda de direitos, muitos profissionais estão deixando o serviço público estadual, e há dificuldade em atrair novos médicos para os quadros da SESAU.
“Estamos perdendo médicos com 18, 20 anos de casa, que pedem demissão e vão para estados vizinhos. E o motivo é claro: aqui falta reconhecimento, falta justiça. Em alguns serviços, estamos com um único especialista cobrindo escalas de sete profissionais. Isso é insustentável”, afirmou Dr. Maiorquin.
Apesar do cenário desafiador, o presidente do SIMERO avaliou que a sessão representou um avanço, pois promoveu um espaço de escuta e articulação política em torno da pauta médica.
“Foi importante porque tivemos a presença da Procuradoria, da secretária Bia, de Planejamento, do secretário Jéferson, e conseguimos tirar algumas diretrizes com os deputados. Foi um dia de avanço para a classe médica”, finalizou.
O SIMERO segue comprometido com a luta por isonomia, valorização e dignidade para os médicos de Rondônia, mantendo o diálogo com o Legislativo, Executivo e demais entidades da saúde em busca de soluções concretas e justas para os profissionais que seguem na linha de frente do atendimento à população.