Com base em dados disponibilizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o Sindicato Médico de Rondônia realizou uma análise e constatou que, comparando a atual quantidade de leitos de internação (3.502) com os números que Rondônia possuía em 2011 (2.870), o estado conta com um déficit de leitos de internação no SUS. De acordo com do CFM, junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), essa insuficiência é de 632 leitos públicos.
Antes de que a pandemia chegasse ao estado, esse déficit era 22% maior. O CFM estima que, após a chegada da Covid19, cerca de 142 leitos de internação foram criados para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Em relação a Porto Velho, cidade mais afetada pela pandemia, cerca de 94 leitos foram abertos para que o Sistema Único de Saúde (SUS) conseguisse lidar com a quantidade de pessoas infectadas. No entanto, ainda há um déficit de 130 leitos na capital.
Apesar do crescimento dos leitos públicos no estado, a preocupação é que, futuramente, com a baixa no número de casos de contaminação pelo novo coronavírus, os leitos voltem a cair, fazendo com que esse déficit aumente ainda mais e coloque a qualidade do atendimento na saúde em risco.
“Esperamos que os gestores tomem a Covid-19 como exemplo para a necessidade de uma maior organização e aprimoramento das nossas estruturas hospitalares públicas”, destacou a presidente do SIMERO, Dra. Flávia Lenzi.
Cenário Nacional
Cerca de 22,8 mil novos leitos de internação foram habilitados nos últimos meses pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil para atender pacientes confirmados ou com suspeita de infecção por Covid-19. Segundo CFM, junto ao CNES, é a primeira vez, em pelo menos dez anos, que esse tipo de infraestrutura volta a aumentar no país.
Para a autarquia, no entanto, o aumento, que está diretamente relacionado à situação de pandemia, tende a oferecer aos brasileiros que dependem do SUS uma retaguarda provisória e temporária. Com o fim da pandemia, a expectativa é de que esses leitos, muitos deles nos chamados hospitais de campanha, voltem a ser desativados – a exemplo do que já tem sido constatado em estados como Pernambuco, São Paulo e outros.