Durante uma semana o Presidente interino do Sindicato dos Médicos de Rondônia (SIMERO), Francisco Novaes e outros representantes da entidade se deslocaram para Vilhena e cidades próximas para o programa SIMERO SEM PARAR que tem o objetivo de ampliar à assistência aos médicos que atuam em outros municípios de Rondônia.
Chupinguaia
A primeira cidade a ser visitada pela comitiva do sindicato foi Chupinguaia, aproximadamente 140 quilômetros de Vilhena.
O município conta com uma Unidade Mista de Saúde José Ivaldo de Souza que atende cerca de 150 pessoas por dia, o que, segundo o Secretário de Saúde do Município, Fábio Novais, é acima da média permitida que gira em torno de 70 pacientes/dia.
“Um desses aumentos na demanda de atendimentos é por conta do frigorífico que temos aqui na cidade. São mais de 1000 funcionários, mas só tem um médico do trabalho. Quando, pela quantidade de trabalhadores, deveria ter mais um especialista.” Explicou o secretário.
Diariamente o hospital conta com um médico plantonista de 24 horas. Dr. Emerson Corbari é um dos profissionais que atuam no município. Ele conta que “uma das dificuldades nos atendimentos aqui é a demora da Central de Regulação de Urgência e Emergência de Rondônia (CRUE). As vezes esperamos cerca de duas horas. As regulações aqui vão para Vilhena ou Cacoal”
A Unidade Mista de Saúde conta com 11 leitos, sendo dois pediátricos. A secretaria do município providenciou aparelho de ultrassom, raio-x e laboratório. Chupinguaia possui cinco ambulâncias, duas de pequeno porte e três semi UTI, além de duas ambulâncias nos distritos de Guaporé, Boa Esperança e Novo Plano.
Com quase 100 mil habitantes, o município de Vilhena dispõe de um Hospital Regional. Ao chegar à unidade a comitiva do sindicato foi recebida pelo diretor geral do hospital, Faiçal Akkari, diretor técnico Wagno Mota, André Luiz Oliveira, vice-diretor clínico e os médicos Mahler Mileo e Gilberto Povoas Júnior.
Os médicos contaram ao presidente interino e representante jurídico do SIMERO que os salários não mudam há mais de dez anos. Além disso, remédios e materiais como antibióticos e esparadrapos faltam com frequência.
Outra reivindicação dos profissionais é o valor da verba destinada à saúde de Vilhena. “O valor é baseado na quantidade de habitantes da cidade, mas o Hospital Regional atende, além dos pacientes daqui, de outras cidades próximas e até mesmo de outros estados como Mato Grosso.” Explicou Dr. André Luiz de Oliveira.
“Não temos recursos do governo de Rondônia na região de Vilhena. O município tem que investir 15% em saúde, mas investe o dobro. Já chegamos a aplicar 32% e ainda assim é pouco pela demanda. A única ajuda que o hospital recebe do estado são R$3 milhões por ano por casa da UTI.” Esclareceu Faiçal Akkari.
Ainda sobre os recursos, os médicos disseram que se o governo do estado ajudasse com materiais de alta complexidade, cirurgias poderiam ser realizadas em Vilhena, pois há especialistas e assim desafogaria assim o Hospital Regional de Cacoal, além de diminuir os custos com transporte.
A saúde de Vilhena, segundo os profissionais que atuam na cidade precisa de atenção. Outro desafio é abrir a maternidade do Hospital. O diretor geral conta que o setor está pronto, com equipamentos novos, mas não tem profissionais para trabalhar.
Diariamente 19 médicos estão de plantão no Hospital Regional de Vilhena, entre as especialidades estão clínicos, obstetras, pediatras e cardiologistas.
“É bom o SIMERO vir aqui para saber a realidade dos médicos dessa região. Estamos precisando muito desse apoio e dessa parceria em defesa dos médicos. É importante nossa união para que possamos ter mais força e voz.” Comentou Dr. Gilberto Povoas Júnior.
Dr. Francisco Novaes concluiu a visita aos médicos do Hospital Regional de Vilhena enfatizando que o Sindicato Médico de Rondônia, além de promover a aproximação com os médicos do interior, tem objetivo de verificar as condições de trabalho, identificar as necessidades e demandas e assim tomar as possíveis providências em favor do médico.